Fibras....
São várias as orientações sobre a importância de consumir alimentos saudáveis e ricos em fibras na dieta, mas é muito importante que o profissional fale da diferença da composição das fibras e saber o momento certo de consumi-las de acordo com as necessidades fisiológicas de cada organismo, por isso iremos abordar o que é a fibra, a sua composição, funções e recomendações diárias.
Bem, a definição para a fibra alimentar ainda não é bem estabelecida, pois ela pode ser definida tanto pelos seus atributos fisiológicos como pela sua composição química.
Segundo a AACC (Associação Americana de Químicos e Cereais) a fibra alimentar é a parte comestível das plantas ou carboidratos análogos (tipo de açúcar) que são resistentes à digestão e a absorção no intestino delgado humano, com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. As fibras promovem efeitos fisiológicos benéficos, como efeito laxativo, e/ou atenuação do colesterol do sangue, e/ou atenuação da glicose sanguínea.
A fibra contém componentes, que são denominados prebióticos: ingredientes alimentares não digeridos no intestino delgado que, ao atingir o intestino grosso, são metabolizados por bactérias benéficas. Estas são chamadas dessa forma, por alterarem a microbiota do cólon, gerando uma microbiota bacteriana saudável.
Conforme sua solubilidade em água de seus componentes no sistema gastrointestinal, a FA é classificada em fibra alimentar solúvel (FAS) e insolúvel (FAI).
· FAS: Pectina, hemicelulose solúvel, betaglicanos, as gomas e os frutanos (inulina e FOS)
· FAI: Lignina, a celulose e a hemicelulose insolúvel.
A fibra solúvel é responsável pelo aumento do tempo de trânsito intestinal e está relacionada à diminuição do esvaziamento gástrico, ou seja, aumenta a saciedade, ideal para as pessoas que estão em busca da perda de peso, diminuição da absorção de glicose, para os que estão com a glicemia descompensada, diminuição da glicemia pós-prandial e redução do colesterol sangüíneo.
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No cólon, as fibras solúveis são fermentadas pelas bactérias intestinais, produzindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Estes ácidos graxos são responsáveis por regular a proliferação epitelial e diferenciação da mucosa colônica; aumentar o fluxo sangüíneo e produção de muco; constituir fonte energética preferencial para os colonócitos; reduzir o pH no cólon, com efeito no equilíbrio da microflora intestinal; estimular a absorção de sódio e água; exercer efeito sobre o metabolismo lipídico e glicídico; estimular a secreção pancreática e de outros hormônios.
As fibras insolúveis contribuem para o aumento do volume do bolo fecal, redução do tempo de trânsito intestinal, retardo da absorção de glicose e retardo da hidrólise do amido. Incluem a celulose, a lignina e algumas hemiceluloses e mucilagens. São encontradas em maior quantidade no farelo de trigo, nos cereais integrais e seus produtos, nas raízes e nas hortaliças. Geralmente, não sofrem fermentação, de maneira que, quando esta ocorre, ela se dá de forma lenta.
Pesquisas realizadas nos últimos 25 anos mostram que os efeitos da s fibras na manutenção do trânsito normal do trato gastrointestinal têm importantes consequências metabólicas que podem resultar na redução dos riscos de doenças cardiovasculares, determinados tipos de câncer e diabetes mellitus (tipo 2).
Logo, a FA auxilia na redução da velocidade de absorção do colesterol plasmático e das lipoproteínas de baixa densidade ( LDL-colesterol), além da resposta glicêmica ela é responsável por melhorar as funções do intestino grosso por meio da redução do tempo do trânsito intestinal, aumento do volume das fezes, frequência, pelo fornecimento de substrato fermentável à microbiota, por conseguinte, a capacidade de fermentabilidade, volume e capacidade de reter água, contribuem para a capacidade da fibra melhorar as funções do intestino grosso.
De acordo com os dados e recomendações citados anteriormente, para que as fibras tenham uma boa função no intestino é necessário que a ingestão hídrica seja aumentada, se não ela pode levar a consequências contrárias ao efeito esperado.
Fonte:
Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 2003. Disponível em: http://www.sbnpe.com.br/_n1/docs/revistas/volume18-4.pdf#page=34
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